sábado, 19 de novembro de 2011

"And now for something completely different..."

Não há muita volta a dar, é um post sobre uma Auto-caravana! Sim, sim, são coisas irritantes porque estão sempre à nossa frente quando já estamos atrasados para ir para algum lado, a arrastarem-se a 43km/h, ou porque os seus felizes "habitantes" vão a tirar fotografias ou porque simplesmente aquele cansado motor já não consegue mais...

Mas acho que uma Auto-caravana assim qualquer petrolhead iria adorar ter na garagem.

Obra do (a meu ver) artista Randy Grubb, da Blastolene, e criador do Piss'd Off Pete e Blastolene Special, aka Tank Car de Jay Leno, esta seria a Auto-caravana do Flash Gordon!
Como se o primeiro impacto da Decoliner não bastasse, a atenção a pormenores e detalhes é fabulosa: o acabamento final em bare metal polido e rebitado a levar-nos para o universo da aviação, as janelas em vidro curvado, a elegância da flying bridge, e a conjugação de tudo isto com o jogo de cores e acabamentos interiores claramente art deco. 



A possibilidade de conduzir tanto no interior como na flying brige, e a facilidade de conversãoé o toque final de brilhantismo de Randy Grubb,
Não há muitas imagens, mas deixo um video da visita da Decoliner à Jay Leno's Garage, onde é possivel admirar melhor os pormenores e a evolução do projecto.

Decoliner - Video - Jay Leno's Garage

Edit:

Um excelente video pela Drive que vale por mais uma hipótese de ver a incrível Decoliner, mas sobretudo por ouvir Randy Grubb falar sobre as suas criações. Um verdadeiro artista.

domingo, 2 de outubro de 2011

E porque nem só de 4 rodas vive o homem...

A magia da combustão interna não está só nos carros.
Deixo 2 vídeos do mundo das 2 rodas.
O primeiro, seguindo o tema da chuva do ultimo post, com Kiyonari em Donington na qualificação. Fabuloso domínio do japonês.

O 2ª com os grandes Rossi e Lorenzo num duelo fantástico na Catalunha, ajudado pelos entusiásticos comentadores italianos...


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Dancing in the rain...

Perdi a conta ao número de vezes que assisti a este vídeo. Mostra que a condução tem mais em comum com a arte do que muitos pensam!

O video mostra Patrick Depailler em Montreal em 1978, com o Tyrrell 008 e o fabuloso Ford-Cosworth DFV como banda sonora. Não vale a pena dizer mais nada. O que vale a pena é ver o vídeo, e rever, e mostrar aos amigos, e ver novamente...

Caixas sequenciais para quê?

Continuando no tema da F1 dos anos 70/80, mais um video fabuloso, desta vez com Johnny Dumfries com o Lotus Renault John Player Special em Adelaide. Não tenho a certeza, mas penso que será em 1986, pois é feita referencia no video ao "Lotus 98T".

O que me deixa sem palavras neste video, é a velocidade com que Dumfries faz reduções! Em todo o video é visivel, mas gostaria de chamar a atenção para um momento em especial: aos 1:08 Dumfries, em 6ª velocidade e a mais de 300km/h, levanta o pé do acelerador; aos 1:09 minutos tira a mão do volante para começar a reduzir: e aos 1:11 minutos já está em 1ª velocidade!!!!

Interessante também é a última curva, aos 1:35 minutos. A saída da curva é feita em 1ª velocidade, e a subida de rotação do motor nesta mudança é, digamos, "normal", devido ao turbo-lag (atraso de resposta do turbo devido à sua inércia). Mas mantêm-se apenas por cerca de 1 segundo em 2ª, 3ª e 4ª velocidade, tal a força do V6 Renault! Só em 5ª se nota que o carro começa a colocar toda a potência no chão!




[F1] Ford GBA V6 Turbo

O vídeo seguinte possibilita-nos um raro vislumbre ao íntimo da F1 numa das suas épocas mais interessantes: a era Turbo. Em particular permite acompanhar o nascimento do Ford GBA V6 Turbo, um motor sem grande palmarés, mas ainda assim um motor muito interessante.

No Grande Prémio de Inglaterra 1977, a Renault fez alinhar um monolugar com motor V6 de produção, ao qual adicionaram um turbo. Apesar do desempenho inicial pouco animador, em 1978 o carro marcou os seus primeiros pontos. Em 1979, a Renault turbo tem a sua primeira “pole” e sua primeira vitória. Escusado será dizer, engenheiros de outras marcas, como Ferrari e BMW logo seguiram o exemplo e em 1981, já alinhavam também com motores turbo.

As regras de limitação da capacidade para motores turbo (1.5 litros, contra 3 litros dos atmosféricos) estavam claramente ultrapassadas (datavam de 1966, quando a tecnologia turbo era primitiva), mas continuaram a vigorar, segundo muitos mais um favorecimento do domínio francês da FIA a congéneres, neste caso a Renault.
Apesar disto, a Cosworth ainda dominava a F1, com o seu DFV atmosférico de 3 litros, e não avança de imediato para o desenvolvimento de um motor turbo. Até porque Keith Duckworth (da CosWORTH) sempre foi contra a ideia de turbos, pois achava que era uma violação das regras, ao considerar que “um turbo era um motor dentro do motor de combustão.” Se neste ponto pode haver discussão, quando a Ferrari incorpora um sistema de anti-lag Duckworth passa, na minha opinião, a estar coberto de razão! Ao injectar combustível na secção de escape do turbo o que a Ferrari criou foi efectivamente uma turbina a gás, o que era claramente proibido. Enfim, mas isso são questões legais.
A primeira tentativa da Cosworth, em 1983/84 foi baseado num bloco de 4 cilindros de série (à semelhança da Bmw), com um sistema de “turbo compound” – um turbo normal, e um outro alimentando a cambota através de uma transmissão CVT – mas este revelou problemas intrínsecos, visíveis no vídeo.
Depois de garantir o apoio financeiro da Ford EUA para um desenho a partir do zero, no final de 1984, começa a ser desenhado um V6 a 120º. Inicialmente verificaram-se alguns problemas com o bloco, mas depois de algumas revisões nasce um motor extremamente fiável, a debitar 1000cv em prova  e mais de 1200cv em qualificação. O motor surge na temporada de 1986, mas sem grande sucesso, muito por culpa da falta de competitividade do monologar da Beatrice.
O vídeo, dividido em 2 partes, é delicioso! A mestria da construção dos moldes em madeira para o bloco, os primeiros passos e dificuldades da electrónica, e o talento dos pilotos que conduziam estas bestas...




domingo, 28 de agosto de 2011

The Priapism

Um pequeno video, com uma belíssima edição por acaso, acerca deste Hot Rod construído por Yannick Sire da Sire Custom Performance.

Quis partilhar o video pelo carro mas também pelo que o criador do carro vai dizendo ao longo do vídeo. Qualquer petrolhead se irá identificar com tudo o que Yannick diz, com a vontade que tem de não querer crescer nunca, e com a satisfação de produzir algo verdadeiramente nosso.

Voltando ao Priapism, apesar de ser um Hot Rod (algo que não nutro particular interesse), há algo nele. A beleza crua da mecânica exposta, da chapa rebitada, e aquele escultural sistema de escape! Numa palavra: escultural.


sábado, 27 de agosto de 2011

Senna

Para primeiro post do blog queria algo realmente bom, realmente importante.
Tive o privilégio de puder assistir "ao vivo" Ayrton Senna a conduzir. Muito já se discutiu, e irá certamente continuar-se a discutir, se é realmente o melhor piloto de sempre. Não entro nesse tipo de discussões. 
Para mim será sempre o melhor! Basta ver a qualificação de Spa-Francorchamps em 1990! A imagem do Mclaren MP 4/5B a voar pela Eau Rouge, o som típico da condução de Senna em curva... Épico!
Tal como o próprio Hamilton e com certeza muitos outros, lembro-me perfeitamente de Imola em 1994, lembro-me de onde estava, do que fiz, do que senti. 

Existem centenas de clips e tributos a Senna, alguns bons, outros com música foleira por cima do som original, enfim. Mas penso que o "tributo" feito pelo programa Top Gear é dos que melhor explica, em poucos minutos, a genialidade, a tenacidade, o talento, também o "mau feitio", mas sobretudo o grande ser humano que ele foi.
O segmento está dividido em 2 vídeos porque por alguma razão separaram a parte em que Hamilton experimenta o carro de Senna. 




Há só algo a corrigir no video, que não é um erro, mais uma omissão, mas que pode criar juízos errados.
O que se passa em Suzuka em 1990 (em que Senna choca com Prost na primeira curva e os coloca aos dois fora de prova, tornando-se campeão) não foi, pelo menos para mim e para muitos, um acto deliberado de Senna para ganhar o campeonato mais cedo, digamos assim. Foi sim a revolta contra a decisão de Balestre de anular a alteração de linha da pole position, e que já vinha na continuação de uma situação que tinha ocorrido no ano anterior, como explica o próprio Senna:

"Eu acho que o que aconteceu em 1989 foi imperdoável e eu nunca irei esquecer isso. Eu me empenho em lutar até hoje. Você sabe o que aconteceu aqui: Prost e eu batemos na chicane, quando ele virou sobre mim. Apesar disso, eu voltei à pista, ganhei, e eles decidiram contra mim, o que não foi justo. E o que aconteceu depois foi "teatro", mas eu não sei o que pensei. Se você faz isso, você será penalizado, multado e talvez perca sua licença. Essa é a forma correta de trabalhar? Não… Em Suzuka no ano passado eu pedi aos organizadores para trocar o lado da pole. Não foi justo, porque o lado direito é sempre o sujo. Você se esforça pela pole e é penalizado por isso. E eles dizem: "Sim, sem problema." E depois o que acontece? Balestre dá a ordem para não mudar nada. Eu sei como o sistema funciona e eu pensei que foi mesmo uma m****. Então eu disse a mim mesmo: "Ok, aconteça o que acontecer, eu vou entrar na primeira curva antes - Eu não estava preparado para deixar o outro (Alain Prost) chegar na curva antes de mim. Se eu estou perto o suficiente dele, ele não poderá virar na minha frente - e ele será obrigado a me deixar seguir." Eu não me importo em bater; eu fui para isso. E ele não quis perder a chance, virou e batemos. Foi inevitável. Tinha que acontecer. "Então você deixou isso acontecer", alguém diria. "Por que eu causaria isso?". Se você se ferrar cada vez que estiver fazendo o seu trabalho limpo, conforme o sistema, o que você faz? Volta para trás e diz "Obrigado"? De jeito nenhum! Você deve lutar para o que você acha que é certo. Se a pole estivesse colocada na esquerda, eu teria chegado na frente na primeira curva, sem problemas. Que foi uma péssima decisão manter a pole na direita, e isso foi influenciado pelo Balestre, isso foi. E o resultado foi que aconteceu na primeira curva. Eu posso ter contribuído, mas não foi minha responsabilidade".

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O início

Bom, muito rapidamente, porquê este blog?
- Não tenho mais nada que fazer?
De certa maneira sim, infelizmente…
- Tenho um imenso conhecimento do mundo Automóvel para partilhar?
Não… Nunca sabemos tudo! Muito menos no mundo automóvel, em constante evolução…

O nome do Blog diz tudo: Oversteering…  Algo que se faz (quando propositadamente, e não por algum percalço, obviamente ) só pelo gozo, pelo prazer de conduzir…
Não para chegar mais rápido ao destino, apenas com um sorriso maior!
Just for the fun of it…

São essas experiências (minhas e de outros) que vou tentar partilhar aqui. Além claro, de situações pura e simplesmente parvas, que infelizmente (ou felizmente, não sei) são muito comuns nos dias que correm!
Basicamente, o caderno de apontamentos de um Petrolhead…