sábado, 27 de agosto de 2011

Senna

Para primeiro post do blog queria algo realmente bom, realmente importante.
Tive o privilégio de puder assistir "ao vivo" Ayrton Senna a conduzir. Muito já se discutiu, e irá certamente continuar-se a discutir, se é realmente o melhor piloto de sempre. Não entro nesse tipo de discussões. 
Para mim será sempre o melhor! Basta ver a qualificação de Spa-Francorchamps em 1990! A imagem do Mclaren MP 4/5B a voar pela Eau Rouge, o som típico da condução de Senna em curva... Épico!
Tal como o próprio Hamilton e com certeza muitos outros, lembro-me perfeitamente de Imola em 1994, lembro-me de onde estava, do que fiz, do que senti. 

Existem centenas de clips e tributos a Senna, alguns bons, outros com música foleira por cima do som original, enfim. Mas penso que o "tributo" feito pelo programa Top Gear é dos que melhor explica, em poucos minutos, a genialidade, a tenacidade, o talento, também o "mau feitio", mas sobretudo o grande ser humano que ele foi.
O segmento está dividido em 2 vídeos porque por alguma razão separaram a parte em que Hamilton experimenta o carro de Senna. 




Há só algo a corrigir no video, que não é um erro, mais uma omissão, mas que pode criar juízos errados.
O que se passa em Suzuka em 1990 (em que Senna choca com Prost na primeira curva e os coloca aos dois fora de prova, tornando-se campeão) não foi, pelo menos para mim e para muitos, um acto deliberado de Senna para ganhar o campeonato mais cedo, digamos assim. Foi sim a revolta contra a decisão de Balestre de anular a alteração de linha da pole position, e que já vinha na continuação de uma situação que tinha ocorrido no ano anterior, como explica o próprio Senna:

"Eu acho que o que aconteceu em 1989 foi imperdoável e eu nunca irei esquecer isso. Eu me empenho em lutar até hoje. Você sabe o que aconteceu aqui: Prost e eu batemos na chicane, quando ele virou sobre mim. Apesar disso, eu voltei à pista, ganhei, e eles decidiram contra mim, o que não foi justo. E o que aconteceu depois foi "teatro", mas eu não sei o que pensei. Se você faz isso, você será penalizado, multado e talvez perca sua licença. Essa é a forma correta de trabalhar? Não… Em Suzuka no ano passado eu pedi aos organizadores para trocar o lado da pole. Não foi justo, porque o lado direito é sempre o sujo. Você se esforça pela pole e é penalizado por isso. E eles dizem: "Sim, sem problema." E depois o que acontece? Balestre dá a ordem para não mudar nada. Eu sei como o sistema funciona e eu pensei que foi mesmo uma m****. Então eu disse a mim mesmo: "Ok, aconteça o que acontecer, eu vou entrar na primeira curva antes - Eu não estava preparado para deixar o outro (Alain Prost) chegar na curva antes de mim. Se eu estou perto o suficiente dele, ele não poderá virar na minha frente - e ele será obrigado a me deixar seguir." Eu não me importo em bater; eu fui para isso. E ele não quis perder a chance, virou e batemos. Foi inevitável. Tinha que acontecer. "Então você deixou isso acontecer", alguém diria. "Por que eu causaria isso?". Se você se ferrar cada vez que estiver fazendo o seu trabalho limpo, conforme o sistema, o que você faz? Volta para trás e diz "Obrigado"? De jeito nenhum! Você deve lutar para o que você acha que é certo. Se a pole estivesse colocada na esquerda, eu teria chegado na frente na primeira curva, sem problemas. Que foi uma péssima decisão manter a pole na direita, e isso foi influenciado pelo Balestre, isso foi. E o resultado foi que aconteceu na primeira curva. Eu posso ter contribuído, mas não foi minha responsabilidade".

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